A Sanepar informou que está disponibilizando todas as informações e franqueando o acesso a todas as unidades, documentos e equipamentos ao Gaeco. A companhia informou que aguarda o resultado das investigações para proceder também as medidas administrativas cabíveis. Segundo a Sanepar, os funcionários envolvidos na operação foram afastados e, internamente, a empresa tomará providências para apurar os fatos e possíveis condutas de empregados e fornecedores. A diretoria da empresa afirmou que está comprometida com medidas de probidade e reitera apoio irrestrito à investigação e se coloca como parte interessada.
Investigações Segundo o Ministério Público, as investigações começaram em 2018 e apontam que houve benefício ilegal a empresas, mediante o pagamento de propina a servidores da Sanepar. Uma das empresas investigadas é apontada pelo MP como a principal beneficiada pelo esquema. Segundo o Ministério Público, esta empresa organizava o pagamento de propinas aos servidores. "Esses pagamentos aconteciam de várias formas. Havia o pagamento de festas a estes servidores, eles também recebiam uma espécie de vale de uma das empresas", afirmou a promotora do MP-PR, Fernanda Basso Silvério. As investigações apontam que servidores faziam medições falsas e não fiscalizavam o cumprimento de contratos de empresas contratadas pela companhia. Os promotores suspeitam que empresas organizavam entre si o resultado de processos licitatórios, a partir do acesso a informações internas da Sanepar. "As empresas combinavam o valor a ser oferecido e a empresa escolhida apresentava uma proposta com valor cerca de 2% mais baixo, para vencer a licitação", afirmou a promotora do MP-PR, Fernanda Basso Silvério. Também há indícios de que os empresários envolvidos criaram empresas apenas para viabilizar o pagamento das propinas. Os crimes investigados são fraude a licitação, peculato, lavagem de dinheiro e corrupção por meio de organização ou associação criminosa, além de falsidade documental. Saiba como foi 15 mandados de prisão e 50 de busca e apreensão foram cumpridos em cinco cidades do estado. MP-PR diz que servidores da companhia recebiam propina para beneficiar empresas contratadas. Quinze pessoas foram presas na manhã desta segunda-feira (20) em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga fraudes em licitações e pagamentos por serviços que não foram prestados envolvendo a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). O alvo da ação são servidores da Sanepar e empresários, de acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR). A operação, batizada de "Ductos", cumpriu 15 mandados de prisão temporária e 50 ordens de busca e apreensão emitidas pela 1ª Vara Criminal de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. Até o fim da tarde desta segunda-feira, um mandado de prisão ainda não havia sido cumprido pelo Gaeco. Segundo o MP-PR os mandados foram cumpridos em Ponta Grossa, Telêmaco Borba, Cornélio Procópio, Santo Antônio da Platina e Curitiba. As buscas aconteceram em 37 casas de investigados e 13 empresas. Segundo o Gaeco, houve mandados de busca em sedes da Sanepar. Ao todo, segundo o MP-PR, a operação também inclui o bloqueio de bens de 22 pessoas e empresas. O MP-PR não informou quantos dos alvos são funcionários da companhia e quantos são empresários